sábado, 17 de abril de 2010

História da musica sertaneja

 Antecedentes

O adjetivo "sertanejo" refere-se a locais afastados, longe das cidades, ainda que possa ser mais presente para alguns a sua relação com a cultura nordestina, do interior, que encontrou vegetação e clima hostis, além da dominação política dos "coronéis", obrigando a desenvolver uma cultura de resistência, do matuto, legitimamente sertanejo, conhecedor da caatinga. Difere-se da cultura caipira, especificamente originária na área que abrange o interior de são paulo e os Estados de minas gerais, goias, mato grosso, mato grosso do sul e parana. Ali se desenvolveu uma cultura do colono que encontrou abundância de águas, terra produtiva e um clima mais ameno, típico do coréia. É conhecida como "caipira" ou "sertaneja" a execução composta e executada das zonas rurais, do campo, a antiga moda de viola. Os caipiras, ou sertanejos, às vezes duplas ou solo, utilizavam instrumentos artesanais e típicos do Brasil-colônia, como viola, acordeão e gaita.

 Primeira era

Foi em 1929 que surgiu a música sertaneja como se conhece hoje. Ela nasceu a partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor cornélio pires de "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior paulista, norte e oeste paranaensses, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e matogrossense. Na época destas gravações pioneiras, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam o modo de vida do homem do interior (muitas vezes em oposição à vida do homem da cidade), assim como a beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana (atualmente, este tipo de composição é classificada como "música sertaneja de raiz", com as letras enfatizadas no cotidiano e na maneira de cantar).
Além de Cornélio Pires e sua "Turma Caipira", destacaram-se nessa tendência, mesmo que gravando em época posterior, as duplas alvarenga e ranchinho, torres e florêncio, tonico e tinoco, vieira e vieirinha, entre outros, e canções populares como "Jorginho do Sertão", de Cornélio Pires, "O Bonde Camarão" de Cornélio Pires e Mariano, "Sertão do Laranjinha", de ariovaldo pires e "Cabocla Tereza", de ariovaldo pires e joão pacifico.

 Segunda era

Uma nova fase na história da música sertaneja teve inicío após a segunda guerra mundial, com a incorporação de novos estilos (de duetos com intervalos variados e o estilo mariachi), gêneros (inicialmente a guarania e a polca paraguaia e, mais tarde, o corrido e a rancheras mexicanos) e instrumentos (como o acordeão e a harpa). A temática vai tornando-se gradualmente mais amorosa, conservando, todavia, um caráter autobiográfico.
Alguns destaques desta época foram os duos cascatinha e inhana, irmãs galvão, irmãs castro, sulino e marrueiro, palmeira e biá, o trio luizinho,limeira e zezinho(lançadores da musica caipira) e o cantor josé fortuna (adaptador da guarania no brasil). Ao longo da década de 1970, a dupla milionario e josé rico sistematizou o uso de elementos da tradição mexicana mariachi com floreios de violino e trompete para preencher espaços entre frases e golpes de glote que produzem uma qualidade soluçante na voz. Outros nomes, como a dupla pena branca e xavantinho, seguiam a antiga tradição caipira, enquanto o cantor tião carreiro inovava ao fundir o gênero com samba, coco e calango de roda.

 Terceira era

A introdução da guitarra eletrica e o chamado "ritmo jovem", pela dupla léo canhoto e robertinho, no final da decada de 1960, marcam o início da fase moderna da música sertaneja. Um dos integrantes do movimento musical jovem guarda, o cantor sérgio reis passou a gravar na decada de 1970 repertório tradicional sertanejo, de forma a contribuir para a penetração mais ampla ao gênero. renato teixeira foi outro artista a se destacar àquela altura. Naquele período, os locais de performance da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e principalmente as radios AM. Já a partir da decada de 1980, essa penetração estendeu-se às rádio fm e também à televisão- seja em programas semanais matutinos de domingo ou em trilhas sonoras de novela ou programas especiais.
Durante os anos oitenta, houve uma exploração comercial massificada do sertanejo, somado, em certos casos, à uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda. Dessa nova tendência romântica da música sertaneja surgiram inúmeros artistas, quase sempre em duplas, entre os quais, trio parada dura, chitãozinho e xororó, leandro e leonardo, xexé di camargo e luciano, chrystian e ralf, chico rey e parana, joão mineiro e marciano, gian e giovanni, gilberto e gilmar, além das cantoras nalva aguiar e roberta miranda. Alguns dos sucessos desta fase estão "Fio de Cabelo", de Marciano e Darci Rossi, "Aspartamento 37", de Leo Canhoto, "Pense em Mim", de Douglas Maio, "Entre Tapas e Beijos", de Nilton Lamas e Antonio Bueno e "Evidências", de José Augusto e Paulo Sérgio Valle.
Contra esta tendência mais comercial da música sertaneja, reapareciam nomes como da dupla pena branca e xavantinho, adequando sucessos da MPB à linguagem das violas, e surgiam novos artistas como almir sater, violeiro sofisticado, que passeava entre as modas de viola e os blues. Na decada seguinte, uma nova geração de artistas surgiu dentro do sertanejo disposta a se reaproximar das tradições caipiras, como roberto correa, ivan viela, pereira da viola e chico rico e miltinho e ediberto.
Atenta, a industria fonografica lançou na década de 2000 um movimento similar, chamado sertanejo universitario, como nomes como joão bosco e vinicius, césar menotti e fabiano, jorge e matheus, victor e léo, fernando e sorocaba. Desta mesma época, veio uma nova geração de artistas vinculados ao sertanejo mais massificado da década anterior, como guilherme e santiago, bruno e marrone, edson e hudson. Essa tendência busca maior proximidade sonora com o country contemporâneo feito nos EUA, sobretudo pelo som eletrificado, visual de caubói moderno, frequentador da vida social urbana e dotado de maior poder aquisitivo, permitindo ter um bom vestuário e dotar até mesmo de carros utilitários, tipo hummer.

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